Desmistificando Cloud e Digital (Parte I)

Escrito por nemer

17 de May de 2021

(Parte I)

O Cloud 

Ouço muitos dizerem a respeito de Cloud como se fosse um espaço encantado, algo intangível para nosso alcance imaginário. Alguns vão me questionar, mas para colocar todos no chão, vou simplificar as coisas:

Cloud nada mais é que um datacenter remoto com recursos de hardware gerenciáveis a partir de um layer de virtualização com serviços instalados acessíveis a partir de painéis de instrumentação

Obviamente que é um pensamento generalista, mas bem concreto. Apesar desta simplicidade aparente, as palavras “gerenciável” e “instrumentado” fazem toda a diferença. Disponibilizar ao usuário final painéis interativos ao qual este possa gerenciar todos seus recursos de infraestrutura, modelando a sua necessidade e ao mesmo tempo que possa instanciar serviços especializados para integrar seus fluxos de informação das mais complexas formas possíveis, este é o papel do Cloud.

Assim, gosto de definir um provedor Cloud como sendo um Datacenter que passou por uma Transformação Digital.

A partir deste ponto, podemos desmistificar o primeiro esteriótipo míope deste artigo: Cloud não é sinônimo de Digital e Digital não implica estar em Cloud.

A Transformação Digital utiliza a Tecnologia como prioridade para sistemas mais performáticos, escaláveis e de amplo alcance com objetivo de atingir resultados melhores a custos mais acessíveis.

Obviamente que neste cenário, provedores de Cloud procuram fornecer um cardápio tecnológico de fácil acesso, gestão e aprovisionamento. Assim, podemos dizer que Cloud não é sinônimo de Digital, mas ser Digital, é a necessidade primordial um provedor Cloud.

No entanto, não se engane que a obtenção de “custos mais acessíveis” não é uma relação tão direta no momento que você mode de um ambiente on premises  para Cloud. Na verdade, há várias armadilhas no cálculo de custos quando você passa a adotar uma solução em Cloud.

A primeira delas, é que há uma quebra de paradigma financeiro, quando você faz essa movimentação. Além de mover seus serviços tecnológicos, você estará movendo, também, seus custos financeiros de CAPEX para OPEX e isso, meu caro, faz uma total diferença. Não vou me aprofundar neste assunto, pois não é o objetivo deste post esmiuçar os meandros do mundo contábil e administrativo das empresas, mas fique atento a esse primeiro alerta

A segunda, é a disponibilização de um cardápio de serviços que as equipes de TI nunca sonharam ter na era pré-Digital. Imagine que sua equipe estivesse acostumada a trabalhar movida a ração. Sim, ração ! Previamente adquirida, com custos previsíveis, sabores determinados e resultados limitados. Da noite para o dia, lhes é oferecido um banquete, com opções diversas, entrada, sobremesa e com diversos sabores e gostos. É o que similarmente ocorre quando as empresas movem de uma infraestrutura on premises para Cloud/Digital.

Neste caso, o problema reside no fácil acesso a novos produtos e serviços e na dificuldade de projetar os custos mensais relacionados ao uso, que muitas vezes não são determinísticos. Imagine, por exemplo, que você lançou um novo SaS no mercado que faz uso de um BigData no seu Cloud que é tarifado por consultas. Ocorre que quando você lança o serviço que está disponível potencialmente ao mundo, você não tem a previsão de acessos e volume na sua aplicação e, consequentemente, ao BigData. Sendo assim, é impossível determinar o seu OPEX pois os acessos ao seus SaS está fora do seu controle. Neste aspecto,

As equipes comerciais, marketing, portfólio e de TI precisam ter a consciência que para se trabalhar com serviços em Cloud, há uma tarefa preliminar que os times pré-Digital não estavam acostumados: análise conjunta de custos e viabilidade tecnológica. Sim, isso significa, definir a ração! 

 Deixar todo portfólio do Cloud aberto ao seu time de criação irá te trazer surpresar indesejadas ao final do mês. Independentemente disso, todo provedor de Cloud possui “travas” e parametrizações limitadoras de serviços para bloquear o uso indiscriminado ao portfólio disponível. Analise bem essas opções como um primeiro passo antes de liberar a console Cloud para seus times.

 

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