A Transformação Digital

Escrito por nemer

16 de May de 2021

O Legado

Quando falamos em Transformação, a primeira coisa que nos vêm à cabeça é a necessidade de mudança. Pensando então em um ambiente corporativo, a mudança tecnológica se deve a fatores diversos como:

  • Depreciação da tecnologia, fim do ciclo de vida do software, incompatibilidade do software com as plataformas operacionais atuais, etc.
  • Custos operacionais se tornaram caro, justificando uma CAPEX para renovação tecnológica
  • Necessidade de melhor eficiência para automatizar ou melhorar a entrega de serviços para público interno ou externo
  • Os competidores e o mercado mudaram, exigindo uma plataforma de serviços mais eficiente, flexível e com custos mais acessíveis.

Mas, quando tratamos de Transformação Digital, nos referimos ao último apontamento pois os sistemas legados tornaram-se obsoletos, ineficientes e incapazes de produzir serviços informatizados competitivos e com custos acessíveis que não comprometam os preços finais ao mesmo tempo que entregue novas funcionalidades e diferenciais ao usuário final em tempo de mercado (time-to-marketing).

Não obstante, é importante entender que nem tudo que é legado é obsoleto ou ineficiente. Quando falamos sobre legado, estamos nos referindo ao conjunto de ideias e práticas aliadas a uma plataforma tecnológica que prevalece a um tempo razoável e que de alguma forma atende as necessidades de seu público alvo, sendo que nem todo público alvo gera demanda para Transformação Digital. É o caso, por exemplo, de funcionários internos da empresa, que demandam automação e informatização de uma série de processos burocráticos ou de interação entre outras áreas da empresa. Este é um tipo de audiência que não possui concorrência ou demanda de crescimento flexível e/ou necessidade de disponibilização de novas funcionalidades para atrair novos leads. Para este público, o Legado sofre variações discretas, impactadas principalmente pelos três primeiros itens apontados acima. Este entendimento é essencial para direcionar recursos financeiros onde realmente são necessários para uma Transformação Digital de impacto.

Quando, Como, Onde

Quando sabemos que é o momento de uma Transformação Digital ? Relembrando o conceito de Legado, entendemos que toda mudança é orientada a diversos fatores, e no caso de uma Transformação Digital ela é essencialmente demandada pelo mercado consumidor e seus competidores. Assim, os times de vendas e marketing precisam estar em constante contato com as movimentações do mercado digital, principalmente das evoluções e campanhas de vendas e serviços dos seus principais concorrentes. Obviamente que há sempre a necessidade da inovação, de estar à frente dos concorrentes, mas o foco principal é não se distanciar. Assim, os triggers do “Quando” são:

  • Seu concorrente lançou um novo serviço ou produto que o diferenciou no mercado ou tornou seu serviço mais atrativo ao mercado
  • A sua plataforma tecnológica não escala para o potencial e demanda do mercado
  • Seu produto principal não causa atração ao usuário final, é complexo ou pouco performático
  • Sua participação no mercado é muito pequena em decorrência da defasagem relativa ao seu concorrente já ser grande

Dado que identificou a necessidade da mudança, como ela deve ser realizada ? O primeiro conceito importante a respeito da Transformação Digital é que ela não é apenas tecnológica. Arrisco dizer que a parte tecnológica é o menor dos desafios deste processo. A transformação digital precisa iniciar com um processo de mudança cultural, é um novo mindset que deve estar presente na cabeça de todos os colaboradores da empresa. Vamos fazer um buttom-up deste mindset:

Equipes técnicas: devem buscar treinamento e estudo a respeito de tecnologias, cases de sucesso, ferramentas e serviços de mercado que possibilitem a implementação eficiente competitiva das plataformas e produtos de venda. Neste caso, o mindset deve ser a inovação, baseado na existência de um novo universo tecnológico

Equipes de negócio: devem avaliar o mercado e a necessidade dos cliente, buscar entender como os produtos e serviços se interagem com seus usuários e clientes, para onde o mercado está orientando os produtos e como a inovação deve ser direcionada para atingir esta destino.

Equipes de venda: aprofundar a análise dos usuários e clientes atuais, levantar dados a respeito da experiência do usuário com o serviço atual. Em contrapartida, pesquisar como seus concorrentes resolvem os gaps levantados. Entendo que o desafio para uma equipe de vendas legada é bem maior que para as demais equipes, visto que o método tradicional de vendas simplesmente não funciona no mercado digital. Estratégias e técnicas de Digital Marketing, Funil de Vendas, Growth Hacking, etc. são essenciais para o correto enquadramento da empresa no mercado digital.

Equipe de Infraestrutura e Segurança de TI: devem entender que segurança da informação e aprovisionamento de recursos de TI não são sinônimos de burocracia. Empresas legadas carregam consigo processos de liberação de recursos e concessão de direitos tecnológicos que são verdadeiros “freios-de-mão puxados” e que inviabilizam completamente o time-to-market de vendas. Já ví projetos curtos com esforços estimados em menos de 1 mês demorarem em torno de 6 meses para entrarem em produção no mercado em decorrência da demora do aprovisionamento de recursos de infraestrutura, liberação de regras de firewall, reuniões intermináveis de alinhamento,  entendimento da finalidade de uso dos recursos além dos formulários intermináveis de  justificativas para liberação de acesso a  empresas parceiras no processo de implementação.

Corpo Diretivo: deve entender e suportar plenamente as demais equipes na jornada Digital, inclusive financeiramente. O Corpo Diretivo da empresa é o sponsor principal da Transformação Digital. Se todos os membros não estiverem bem alinhados e conscientes de seus papel, conceito e importância do conceito do Mercado Digital, o processo de aculturamento não irá adiante. Já ví muitas empresas falharem no processo de aculturamento Digital porque o entendimento do corpo diretivo sobre o conceito é muito plano. Um erro comum é considerar que a Transformação Digital envolve concessões comportamentais dentro da empresa como flexibilização de horário, permissão para uso de bermudas, instalação de equipamento de mesas de ping-pong, fliperamas, etc. Isso não tem nada a ver com Transformação Digital e sim como formas de captar e manter seus recursos produtivos a partir de benefícios intangíveis baseado em determinado nicho profissional.

 

Digital ?

Após abordarmos o aspecto do legado e da importância do aculturamento das equipes e quadro diretivo sobre o processo de Transformação Digital, afinal, o que é Digital ?

O conceito de Digital no processo de transformação dos serviços tecnológicos da empresa é muito amplo. Digital não aponta para um método específico, fabricante ou linha de produto, e sim a priorização da Tecnologia pela Tecnologia e nada mais. O quadro de pandemia mundial é um ótimo cenário para entendermos essa ideia, pois as restrições de contato físico e distanciamento anteciparam o movimento de transformação digital, já atrasada, em virtude da necessiade de automatizar e digitalizar as formas de comércio e pagamento. Um mantra foi criado no mercado: “Fora da Digitalização, não há Salvação”. Empresas que falharam neste processo, sumiram ou perderam uma grande fatia do mercado. Não há prioridade estratégica maior a Tecnologia.

Assim, podemos definir o Digital como a conversão dos meios de serviço físico ou analógicos em totalmente digital, abrindo espaço para um mercado ilimitados e organicamente escalável. Mas essa conversão precisa iniciar com o mindset corporativo para suportar e orientar os processos criativos dentro cadeia produtiva.

Fico por aqui, no próximo artigo, abordaremos com mais detalhes o mindset corporativo para uma empresa em Transformação Digital.

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